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- 30/09/2024 | edição #0015
30/09/2024 | edição #0015
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FECHAMENTO DE SEXTA-FEIRA | VARIAÇÃO SEMANAL
Risco de recessão ultrapassa risco geopolítico: O capitão está em apuros?
Se no início do semestre, o maior receio do mercado eram os conflitos globais — Rússia e Ucrânia, Oriente Médio —, agora, o cenário parece ser outro.
Nesta semana, durante um evento com a participação do ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, um gráfico apresentado por ele chamou bastante atenção.
Nos últimos três meses, o risco de uma recessão na economia americana ultrapassou — e muito — o risco geopolítico.
Aparentemente, a principal preocupação de quem comanda o mercado é enfrentemos uma desaceleração sistêmica na maior economia do mundo, tal qual ocorreu em 2008 e em 2000.
Explicando de onde vem isso…
Há mais de 700 dias, a curva de juros americana está invertida e, como alguns aqui já sabem, toda vez que isso aconteceu nos últimos 100 anos, o resultado foi sempre o mesmo: CRASH.
Em média, a crise ocorre 16 meses depois da inversão — momento em que a linha fica abaixo de 0. Dessa vez, a curva já está invertida a mais de 25 meses.
Novamente, historicamente, desde 1929, uma curva de juros invertida tem sido o melhor preditor de recessões econômicas. Se você ainda não entendeu, essa imagem vai te ajudar a enxergar de maneira mais clara:
Foi assim em 1929, pouco antes da Grande Depressão e o padrão se repetiu antes da crise de 2008.
O que é curioso? Apesar da curva de juros estar invertida por um período incomumente longo, nenhuma grande tempestade atingiu ainda.
Dois são os principais sinais de agora:
1) 🏚️ House market
Uma casa custa hoje 7,7 vezes o valor anual que uma família típica americana ganha. Entre as décadas de 1960 e 2000, essa relação estava em torno de 3,5, o que significava que as famílias gastavam menos de quatro vezes sua renda anual para comprar uma casa.
Hoje, as casas estão praticamente duas vezes mais caras em relação aos rendimentos.
Exemplo: Se uma família ganha US$ 50.000 por ano, uma casa custa, em média, US$ 385.000, o que torna a compra de uma casa muito mais difícil.
Comparado ao passado, quando essa mesma casa poderia custar em torno de US$ 175.000, a diferença no acesso à moradia se tornou muito mais significativa.
2) 📈 Stocks are high
O mercado de ações americano também está em um dos níveis mais caros de sua história — superando até os níveis perigosos atingidos em 1929 e 1999, pré-bolha da internet.
Como assim, o mercado está caro? Pense que as ações estão custando muito mais do que “deveriam” se analisarmos o lucro que as empresas geram. É o que conhecemos como "bolha".
Exemplo: Imagine que uma ação que costumava custar US$ 100 esteja agora sendo vendida por US$ 500, sem que a empresa tenha aumentado seus lucros na mesma proporção.
Essa disparidade entre o preço e o valor real pode ser um sinal de alerta para uma correção brusca no futuro. Quando essas bolhas estouram, as quedas podem ser abruptas, como aconteceu no passado.
Há um terceiro fator, igualmente confiável e já comprovado:
A volatilidade do mercado de títulos. O comportamento do mercado de títulos (índice MOVE) geralmente prevê o que acontecerá no mercado de ações.
Quando os rendimentos dos títulos públicos ou privados caem, como aconteceu recentemente, o Federal Reserve costuma reduzir as taxas de juros.
Dito e feito: Há 10 dias, depois de 4 anos de estabilidade, o FED cortou em 0,5% na taxa de juros.
Olhando para frente: Se, mesmo com o corte, a incerteza do mercado de títulos continuar aumentando, uma espiral descendente nas avaliações das ações pode estar próxima, como aconteceu durante as crises econômicas anteriores.
Outro dado interessante apresentado por Campos Neto:
🇺🇸 + 🇪🇺 Estados Unidos e Europa possuem 55% da dívida pública mundial, mas pouco mais de 40% do PIB global.
🇨🇳 + 🇯🇵 A Ásia possui cerca de 26% da dívida pública mundial, mas uma participação de 36% do PIB.
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Segunda, 30/09: Relatório Focus, que apresenta as expectativas do mercado para indicadores econômicos.
Também será publicada a Nota à Imprensa sobre a Política Fiscal de agosto, além do Indicador de Incerteza da Economia da FGV.
Terça, 01/10: Nos EUA, o Relatório ISM de Manufatura, indicador importante para o setor manufatureiro, que pode impactar as expectativas de crescimento.
Por aqui, espera-se a divulgação do IPC-S semanal e do Índice de Confiança Empresarial da FGV.
Quarta, 02/10: O IBGE divulgará a Pesquisa Industrial Mensal de agosto e, lá fora, Relatório de Vendas no Varejo, que refletem o consumo das famílias, impactando a economia como um todo.
Quinta, 03/10: Debate da Globo para a prefeitura de SP, às 22:00.
Sexta, 04/10: Balança comercial de setembro, que mostra as exportações e importações brasileiras e, nos EUA, o Relatório de Emprego.
🛍️ Varejo: Queda de 0,9% no comércio é pior resultado do ano, aponta Serasa Experian | Quatro setores apresentaram queda, com a mais acentuada em “supermercados, hipermercados e alimentos e bebidas” (0,7%) (E-Commerce)
🏗️ Indústria: Brasil perderá R$ 500 bi em investimentos com acordo comercial entre Mercosul e China, especialmente a siderurgia | Setor pode ver ainda maior queda na demanda interna em razão da entrada de aço chinês (Diário do Comércio).
🌾 Agronegócio: Mercado busca alternativas ao açúcar do Brasil, afetado por seca e queimadas | Os preços futuros do açúcar alcançaram o maior nível desde fevereiro, graças à seca e queimadas. (Bloomberg)
🍽️ Serviços: Mais de 197 mil empresas do setor de Serviços foram abertas no estado de São Paulo, de janeiro a agosto de 2024 | Alta 16% neste ramo de atividade em comparação ao mesmo período de 2023 (JUCESP)
Se não bastassem os R$ 10,5 bilhões de Bolsa Família gastos com apostas e tigrinho por quem recebe o Bolsa Família, o número de beneficiários agora supera o de CTPS assinadas em quase metade dos estados brasileiros.
Comparando os estados onde os beneficiários superam o número de trabalhadores, 80% deles tiveram mais votos em Luiz Inácio Lula da Silva na última eleição.
A conclusão é sempre sua, caro leitor.
Panem et circenses. É a leitura que recomendamos para entender tudo isso… Veja aqui, em um link bem didático.
Esse é o novo tênis da marca 741, recém-lançada pelo jogador do Boston Celtics, Jaylen Brown, disponível por 200 dólares na pré-venda.
O jovem de 28 anos e último MPV das finais afirmou que rejeitou ofertas de Nike e Adidas, sendo a maior de 50 milhões de dólares, para lançar sua própria empresa — sem investidores.
O site é uma experiência por si só. Vale conferir.
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