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28/10/2024 | edição #0019
Quote: “Há alguns ingredientes (fiscais) recentes que, em minha opinião, assustaram os participantes do mercado” — Renato Gomes, diretor do BC
Stat of the week: 93,2 milhões | Quantidade de pessoas que seriam isentas do IR com os planos de isenção falados por Trump (CNBC)
Read: Alta do ouro é um mau presságio para o poder do dólar (The Economist)
VARIAÇÕES SEMANAIS | COTAÇÕES PRÉ-MERCADO (SEXTA-FEIRA 20H)
Os tempos de glória do S&P 500 estão chegando ao fim?
Na semana passada, o S&P 500 registrou a primeira perda semanal depois de uma longa sequência de seis semanas no positivo. Mas essa não foi a grande má notícia para o principal índice da bolsa americana…
Nos últimos dias, o time de analistas do Goldman Sachs divulgou que espera um ganho nominal de apenas 3% para os próximos 10 anos do S&P.
Tudo bem que Excel aceita tudo e que as previsões de longo prazo costumam ser ajustadas ao longo do tempo.
Ainda assim, a indica mostrou como pelo menos parte do mercado não acredita que há muitas chances do S&P 500 refazer o desempenho que teve na última década.
By the numbers: Nos últimos 10 anos, o índice registrou crescimento nominal de 13% ao ano, surpreendendo positivamente a média de longo prazo esperada de 11% aa.
Só para ter uma ideia, se isso realmente acontecer como prevê o time de David Kostin, os próximos dez anos estariam entre os sete piores agrupamentos de dez anos desde 1930 em questão de performance.
Balda de águia fria. A previsão pessimista do GS vem no momento em que o S&P 500 entrou no terceiro ano de um mercado em alta, acumulando um retorno total anual de 27% nos últimos dois anos.
Mais do que isso, no geral, Wall Street está otimista com a ideia dos EUA terem resistido a um aumento da inflação, já com a expectativa de cortes de taxas do Federal Reserve para estimular a economia.
IPC EUA - Inflação Estados Unidos (anual)
Onde os analistas do Goldman estão vendo esse gap?
O grande ponto na análise deles é de que os retornos do S&P 500 recentes foram de longos ralis de apenas algumas ações específicas — “the Magnificent Seven”.
Veja as variações dessas 7 BIG TECHs e a do S&P nos últimos 10 anos:
Apple Out/14: US$ 633 bi Out/24: US$ 3,52T Growth: 456% | Nvidia Out/14: US$ 10,59 bi Out/24: US$ 3,47T Growth: 32.667% |
Microsoft Out/14: US$ 387 bi Out/24: US$ 3,18T Growth: 721% | Alphabet Out/14: US$ 382 bi Out/24: US$ 2,05T Growth: 436% |
Amazon Out/14: US$ 141 bi Out/24: US$ 1,97T Growth: 1.297% | Meta Out/14: US$ 209 bi Out/24: US$ 1,45T Growth: 594% |
Tesla Out/14: US$ 30 bi Out/24: US$ 864 bi Growth: 2.780% | S&P 500 Out/14: 2.018 pts Out/24: 5.808 pts Growth: 188% |
Abre aspas para a Goldman Sachs Crew: “A intuição sobre por que a concentração importa para retornos de longo prazo está relacionada ao crescimento, além da avaliação”, afirmou o documento de estratégia do final da semana passada. “Nossas análises históricas mostram que é extremamente difícil para qualquer empresa manter altos níveis de crescimento de vendas e margens de lucro por períodos sustentados de tempo.”
Em outras palavras, os analistas acham bem difícil que essas empresas — ou outras — continuem demostrando o mesmo ritmo de crescimento percentual.
Até parece fazer algum sentido… Pense que, em 2014, a maioria dessas empresas estavam em um estágio de deixar de ser “startup gigante” para se tornarem BIG CORP, de fato.
Se quiser pensar em números fictícios somente para fazer imagem, pense que elas estavam saindo do 10 e indo ao 100.
Agora, já como BIG TECHs, mesmo que elas continuem expandindo, o crescimento proporcional ao tamanho que elas já tem tende a ser menor.
É como ir do 100 ao 200. No absoluto, você até cresceu mais do que do 10 ao 100, mas proporcionalmente (%) cresceu bem menos.
Tanto que, recentemente, os crescimentos dessas empresas tem desacelerado. Esses dois gráficos mostram bem isso:
Mas também há outros motivos…
O Goldman analisa quatro variáveis de mercado para seu modelo: avaliação, fundamentos econômicos, taxas de juros e lucratividade.
Na avaliação, a empresa usa uma relação preço-lucro ajustada ciclicamente — CAPE —, com a noção de que quanto maior a avaliação inicial, menores os retornos futuros.
A relação CAPE atual é de 38 vezes, o que está no 97º percentil, disse Goldman.
Abre aspas: “O alto nível atual de avaliações de ações é uma das principais razões pelas quais nossa previsão de retorno futuro de 10 anos está na extremidade inferior da distribuição histórica”, disse a nota.
Junto com a previsão de base, o modelo do Goldman oferece uma gama de possibilidades de retorno anual de mais 7% ao ano a menos 1% ao ano.
No fim das contas, os analistas do banco sugerem uma probabilidade de 72% de que as ações fiquem atrás dos bonds na próxima década.
E o Goldman não está sozinho nessa…
A turma do JPMorgan também já divulgou estar pessimista em relação ao longo prazo — mas não tanto quanto o Goldman.
Divulgada no mês passado, a previsão do maior banco americano indica que o retorno anual do S&P 500 para a próxima década seria de cerca de 6% ao ano.
Assim como o Goldman, o JPMorgan citou como motivos a alta do S&P nos últimos anos, além dos grandes gastos fiscais americanos e da inflação — que pode impactar diretamente nos múltiplos das companhias, segundo o banco.
🇺🇸 Panorama: Indo além dos dois bancões, uma pesquisa feita com 21 gestores de Wall Street pelo próprio Goldman indicou que o mercado americano prevê, na média, um retorno anual de 6% para os próximos 6 anos.
No final das contas, os analistas do Goldman escreveram: “Se os retornos de longo prazo realizados das ações dos EUA estiverem próximos da nossa previsão básica, então outras classes de ativos teriam que apresentar um desempenho extremamente forte para que os fundos atendam às suas premissas de retorno de portfólio de longo prazo”.
“Nosso sucesso é resultado de um esforço coletivo, onde cada servidor do Banco Central desempenhou um papel crucial. Esse prêmio é de todos nós. Muito obrigado”, agradeceu Roberto Campos Neto ao receber o prêmio concedido pela @LatinFinance.
— Banco Central BR (@BancoCentralBR)
7:02 PM • Oct 24, 2024
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Segunda, 28/10: Boletim Focus
Terça, 29/10: Resultados do 3T da Alphabet
Quarta, 30/10: Divulgação Caged de setembro; Estimativa antecipada do PIB dos EUA e da Zona do Euro do 3T, resultados do 3T da Meta e da Microsoft
Quinta, 31/10: Divulgação Pnad contínua com taxa de desemprego; Dados de inflação PCE para setembro (EUA), prévia da inflação de outubro Zona do Euro, decisão juros Japão, resultados do 3T da Apple e Amazon
Sexta, 01/11: Divulgação produção industrial de setembro; Principais dados mensais de empregos dos EUA,
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Pela primeira vez desde que Biden pulou fora da corrida presidencial e Kamala entrou, Trump está à frente nas pesquisas de intenções de voto.
Os dois haviam empatado na sexta-feira, mas no final de semana Trump superou a candidata democrata por 0,1 ponto percentual.
Na reta final para as eleições, depois de ter ido ao The Joe Rogan Experience, o maior podcast do mundo, o Republicano fez um comício ontem em Nova York, historicamente um polo democrata.
Do outro lado, Kamala recebeu Beyoncé — 314 milhões de seguidores no Instagram — em seu comício da sexta-feira.
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