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- 26/08/2024 | edição #0010
26/08/2024 | edição #0010
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Stat of the week: 0,25% ou 0,50% | Depois do J. Powell confirmar o corte, a magnitude dele é a grande dúvida do mercado
Read: Reforma do IR pode ser “anti-Robin Hood” (Coluna Valor)
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O fim do boom da China está decretado
O minério de ferro foi a commodity que melhor performou no acumulado desde os anos 90, com ganhos superiores a 1.000% — principalmente pelo boom chinês nos últimos 25 anos.
(Imagem: Bloomberg)
Aliás, não há indicador melhor do boom chinês do que a demanda pelo minério de ferro.
O modus operandi do crescimento do gigante asiático pediu exatamente muito cimento e aço, com os grandes projetos de infraestrutura e com os milhares de prédios ao redor do país.
É só pensar que a população não parava de crescer, consequentemente que as cidades abrigavam cada vez mais e mais gente.
(Imagem: Caixin)
Agora, o clima de final de festa 🇨🇳
Com o país já tendo feito suas principais obras de infraestrutura e já tendo construído prédios e mais prédios, agora que a população tem desacelerado — e a expectativa é só cair nos próximos anos —, a velocidade e quantidade das obras diminuem.
No fim, o país passa a ter um ritmo de país desenvolvido e menos de país emergente. Claro, isso impacta na demanda por minério de ferro.
Os números não mentem: ela caiu. O custo do minério está abaixo da faixa dos US$ 100/tonelada. Isso é 55% menos do que o pico histórico, em 2021.
Hu Wangming, presidente do conselho do China Baowu Steel Group, a maior siderúrgica do mundo, previu na semana passada um “inverno rigoroso” para o setor: A retração seria mais longa, mais fria e mais difícil de suportar do que se esperava anteriormente.
Claro, isso não significa que a demanda chinesa vai a zero. Muito pelo contrário. Lembre-se que a China é, e continua sendo, a fábrica do mundo.
Além da construção civil — setor que realmente está em crise por lá —, a China precisa de muito aço (minério de ferro, consequentemente) para fabricação de carros, geladeiras, máquinas, eletrônicos, e por aí vai.
Tanto que o mercado não está em colapso. Apesar da recente queda, os preços do minério de ferro permanecem próximos a US$ 100 a tonelada, ou seja, 700% acima do preço médio de US$ 12,50 a tonelada entre 1980 e 2000.
A alta nos anos anteriores foi tão grande que seria necessário um recuo massivo para que os preços chegassem perto do que eram em 2000.
(International Monetary Fund)
De maneira mais prática, o grande ponto de atenção do mercado agora são duas novas minas de baixo custo e grande volume começando produção, na Austrália e na Guiné.
Em números, estima-se que, até 2028, as duas minas podem acrescentar cerca de 150 milhões de toneladas ao mercado marítimo. Isso é cerca de 10% do tamanho atual. Huge.
Essa combinação (mais ofertas dessas minas + queda da demanda chinesa), sim, pode mexer no mercado.
Isso porque, o minério de ferro, já com excesso de oferta no primeiro semestre deste ano, permaneceria com excedente em 2025, 2026, 2027 e, provavelmente, também em 2028.
Logo, os preços devem continuar caindo, até reequilibrar o mercado. A grande questão é o tamanho dessa queda, o que dependerá muito justamente dessas novas minas entrarem em operação dentro do prazo e de o setor imobiliário chinês se recuperar um pouco (ou não).
No fim do dia, os produtores de maior custo é que seriam forçados a cortar a produção. Em outras palavras, as mineradoras de segundo e terceiro níveis de Brasil, Índia, Ucrânia, África do Sul, Irã e Cazaquistão.
Com custos de produção mais altos — de US$ 50 a US$ 100 por tonelada —, elas seriam expulsas quando os preços caíssem, reequilibrando o mercado. As mineradoras domésticas chinesas também seriam pressionadas.
A matemática é simples: Se o preço do minério chega a US$ 90 ou mesmo US$ 80, a margem das mineradoras que têm custo entre US$ 80 e US$ 100 é toda ou quase toda comida. É aí que o volume cai e o mercado se reequilibra.
Panorama do possível impacto no mercado brasileiro 🇧🇷
O minério de ferro é o 3º produto que mais exportamos, enquanto a China é o principal destino das nossas exportações gerais: foram mais de US$ 100 bilhões exportados em 2023.
Na prática, mais do que causar a queda do preço do minério, a desaceleração da demanda chinesa significa uma menor demanda especificamente do nosso principal “cliente”.
As manchetes mais relevantes do Brasil e do mundo
🇮🇱🇵🇸🇱🇧 Israel e Hezbollah trocam ataques antes de recuar, abalando a região em meio às negociações de cessar-fogo em Gaza (CBS)
🇺🇸 Robert F. Kennedy Jr. desiste de candidatura independente e anuncia forte apoio a Trump (CNN)
🇻🇪 Brasil e Colômbia “reiteram” que seguem esperando atas de eleição na Venezuela (InfoMoney)
🇨🇳 China pede que EUA derrube sanções a empresas chinesas ligadas à Rússia (InfoMoney)
🇦🇷 Argentina fecha balança comercial de julho com superávit de US$ 1,5 bilhão (Valor)
💰️ Senado aprova projeto que estende desoneração da folha de empresas até o fim do ano (g1)
🔥 Queimadas avançam no interior de SP e afetam operações de cana-de-açúcar (Bloomberg Línea)
🇧🇷 Tarcísio diz que queimadas em SP podem gerar prejuízo de mais de R$ 1 bilhão (InfoMoney)
Segunda, 26/08: Focus, Confiança do Consumidor, Transações correntes; Pedidos de bens duráveis (USA)
Terça, 27/08: IPCA-15, Confiança do Consumidor (USA)
Quarta, 28/08: RMD (jul), Encontro do Eurogroup, Resultados 2T Nvidia
Quinta, 29/08: IGP-M (ago), Caged (jul), Leilão da BR-381 de MG; PIB USA (2T24)
Sexta, 30/08: Balanço orçamentário, Taxa de desemprego (jul), Deflator PCE USA (jul), Inflação ao consumidor e Taxa de desemprego Europa
🏗️ Indústria: Na indústria, pouca ociosidade e estoques baixos | Segundo levantamento da FGV, o Nível de Utilização de Capacidade Instalada (Nuci) ficou em 83,4% em julho, o maior desde os 83,6% de maio de 2011
🌾 Agronegócio: Queda dos preços agrícolas ofusca safra recorde nos EUA e agrava crise no agro | Produtores enfrentam pressão em razão dos custos elevados de sementes e equipamentos; cotações do milho e da soja atingiram nível mais baixo desde 2020
🛍️ Varejo: Vendas do comércio físico tiveram alta de 0,6% em julho, quinto mês de crescimento | O resultado foi puxado pelo segmento de Veículos, Motos e Peças, que tiveram alta de 1,5% nas vendas. Na análise por setor, apenas Tecidos, Vestuário, Calçados e Acessórios registrou queda, de 2,1%.
🍽️ Serviços: Com dívida de R$ 800 milhões, CVC entra na mira de gestora de ativos estressados WNT | Asset liderada por Valério Marenga, elo entre o agronegócio mineiro e a Faria Lima, atinge fatia relevante de 5,01% na operadora de turismo, que ainda busca se reerguer de perdas da pandemia
Haddad no Macro Day do BTG
Na última semana, Fernando Haddad esteve na Faria Lima, no prédio do Google — risos —, no Macro Day 2024 do BTG Pactual.
Goste ou não, fato é que Haddad é quem está à frente da Economia dentro do governo. É um must watch para quem opera no Brasil.
O maior IVA do mundo é nosso
Depois de negar que chegaria a esse patamar, o próprio Ministério da Fazenda confirmou que é provável que o novo IVA, definido pela Reforma Tributária, deve ser de 28% — caso nenhuma isenção seja retirada. Aprofunde aqui se quiser.
Sardenha, Itália. Esse será o próximo destino da JHSF com o Fasano. O novo hotel do grupo terá 60 quartos e suítes, além de um condomínio de luxo com terrenos de 200 a 500 metros quadrados.
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