22/09/2025 | edição #0059

Bom dia.

Vamos nessa. Começando pelos nossos QUICK TAKES da semana.

Quote: “Rigidez e segurança do sistema financeiro são inegociáveis”, Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central

Stat: Ibovespa: 66% dos gestores estão otimistas com a Bolsa e mais da metade considera índice subvalorizado, mostra pesquisa (Empiricus)

Read: 7 lições politicamente incorretas de um bilionário (Market Makers)

VARIAÇÕES SEMANAIS | COTAÇÕES DE SEXTA-FEIRA, 19/05 (PÓS FECHAMENTO)

Acabou o tango?

Uma curta lua de mel. Quando o presidente argentino, Javier Milei, anunciou em abril o fim do cepo cambial, ninguém esperava que seu sucesso - representado por essa iniciativa histórica na economia da Argentina - duraria tão pouco. 

Nas últimas semanas, um caminhão de más notícias parou na porta da Casa Rosada e até agora não parou de descarregar. 

Nesta semana, uma pesquisa da AtlasIntel feita para a Bloomberg apontou que a rejeição a Milei subiu pelo terceiro mês consecutivo e chegou a 53,7%. 

As manchetes de jornais ajudam a captar o humor do momento, como esta do argentino La Nacion. 

A desvalorização do peso argentino frente ao dólar é um dos problemas da economia atual.

Um levantamento da consultoria Elos Ayta mostrou que o peso argentino foi a moeda que mais se desvalorizou em relação ao dólar neste ano. O índice Merval, da bolsa argentina, perdeu mais de 50% ao longo do ano.

E embora tenha refutado, teve sim que injetar dólares no mercado. Entre quarta e quinta-feira da última semana, o BC da Argentina injetou US$432 milhões no mercado.

Mas a crise de desvalorização da moeda é só uma ponta - talvez a mais recente - da crise enfrentada por Milei. 

Casos de família. Secretária-geral da Presidência, a irmã de Milei, Karina, foi acusada de cobrar propina da indústria farmacêutica para incluir medicamentos na rede pública. A denúncia envolveu áudios vazados à imprensa e colocou a corrupção em pauta nas ruas e no Congresso.

Foi aí que a relação de Milei com o eleitorado e com o Congresso começou a azedar, de fato. A corrupção passou a liderar a lista de preocupações dos argentinos, superando desemprego e inflação.

Os dados econômicos também não ajudaram a situação do presidente. O PIB recuou 0,1% no segundo trimestre, embora o desemprego tenha caído de 7,9% para 7,6%.

Voto a voto. Essa avalanche de notícias ruins contribuiu para um fraco desempenho do partido de Milei nas eleições legislativas. Na província de Buenos Aires, o La Libertad Avanza, de Milei, teve 34% dos votos contra 47% do Fuerza Patria, peronista. 

Milei reconheceu a derrota e disse que vai trabalhar para reverter os números:

“Hoje tivemos uma derrota clara e, se alguém quiser começar a reconstruir e seguir em frente, a primeira coisa que precisa ser aceito é o resultado. Hoje, os resultados não foram positivos, tivemos um revés eleitoral e isso precisa ser aceito”

Aceitar a derrota e trabalhar na reversão dela é importante para o governo. Em outubro, a Argentina terá novas eleições nacionais em outubro. O ministro da Economia, Luis Caputo, conclamou eleitores a votar com o governo em nome do equilíbrio fiscal. 

Em observação. Analistas acompanham de perto a nova crise argentina. E as eleições de outubro serão decisivas para testar a força de Milei - e de seu plano econômico - com o eleitorado, como disse o Bradesco BBA, em relatório:

“O mercado continua questionando a credibilidade do sistema de bandas e a capacidade do BCRA de defendê-lo. Com apenas cerca de US$ 22 bilhões em reservas livres e 26 sessões de negociação até a eleição de 26 de outubro, o banco central caminha em terreno estreito”

O JP Morgan avaliou que o país caminha para uma recessão técnica. 

O PIB do segundo trimestre recuou em relação ao trimestre anterior, eliminando parte do avanço de 3,5% anualizado no primeiro trimestre. É a primeira leitura negativa desde o segundo trimestre de 2024 e coloca a economia no caminho de dois trimestres consecutivos de queda.”

Na busca por apoio, o presidente argentino moderou o discurso de austeridade.

Ao apresentar seus projetos ao Congresso, Javier Milei anunciou que, em 2026, aumentará os gastos com aposentadorias, saúde e educação, que foram os setores mais afetados pela política de austeridade fiscal.

É a hora do “Milei paz e amor”. 

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Segunda, 22/09: Boletim Focus (Brasil); IPC (Hong-Kong);

Terça, 23/09: PMI Industrial e de Serviços (Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido e Zona do Euro); Vendas no varejo (Argentina); Feriado (Japão);

Quarta, 24/09: Confiança do consumidor FGV e Fluxo cambial estrangeiro (Brasil); Vendas de casas novas e Estoques de petróleo bruto (EUA).

Quinta, 25/09: IPCA-15 e Reunião do CMN (Brasil); PIB e Pedidos contínuos de seguro desemprego (EUA); IPC (Japão);

Sexta, 26/09: Transações correntes e Investimento estrangeiro direto (Brasil); Índice de preços (EUA); PIB (Canadá). 

#01 - 2026 é logo aí 

#02 - Os livros da vida de Charlie Munger

#03 - Um panorama dos EUA

Todo-poderoso Memphis

É nesta cobertura milionária que mora o jogador do Corinthians, Memphis Depay. O local fica no Hotel Rosewood, único brasileiro na lista dos 50 melhores hotéis do mundo, que fica na região da Avenida Paulista.

A cobertura de Depay tem piscina privativa e pé direito alto. Mas ainda não é a mais cara do hotel. Quem ocupa essa posição é a Penthouse, uma suíte de três andares, custa R$275 mil a diária e é a mais cara do Brasil. 

DOLLAR BILL // THAT'S ALL, FOLKS

BECAUSE MONEY MATTERS. A leitura semanal obrigatória para gestores, traders e CEOs. Toda segunda-feira na sua caixa de entrada.