21/07/2025 | edição #0050

Bom dia. Não vamos dizer que foi fácil, mas conseguimos resumir o mais importante dessa semana pra você. Pega um café e vem ler o essencial, investidor.

Vamos nessa. Começando pelos nossos QUICK TAKES da semana.

Quote: “Ele é um negociador que toma riscos fortes, mesmo na vida pessoal. Muitas vezes perde, muitas vezes ganha – agora mesmo as empresas da família dele estão tendo lucros muito grandes, pelas tomadas de posições do mercado”, Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda, sobre as negociações com Donald Trump.

Stat: FMI mantém projeção de crescimento do Brasil em 2,3% este ano e vê dívida no pico em 2029 (Valor)

Read: O roubo de criptomoedas está aumentando à medida que os criminosos recorrem cada vez mais a ataques físicos (CNBC)

VARIAÇÕES SEMANAIS | COTAÇÕES DE SEXTA-FEIRA, 18/07 (PÓS FECHAMENTO)

Everybody hates PIX?

Por que o Trump não gosta do PIX? A menção indireta de um documento do governo americano ao sistema de pagamentos causou espanto e questionamentos. 

O termo PIX chegou ao pico de buscas no Google Trends nesta semana e as principais pesquisas relacionadas mencionam o presidente americano, Donald Trump:

Dados do Google Trends

Esse processo já era esperado e foi mencionado na carta divulgada por Donald Trump, na semana passada, quando ele divulgou as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.

Tem uma série de alegações. 

Mas a surpresa foi saber de um novo elemento de incômodo entre os americanos: o PIX, sistema de pagamentos criado pelo BC brasileiro. 

Trecho do documento divulgado pelo USTR

"O Brasil parece se envolver em uma série de práticas desleais em relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a favorecer seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo".

O governo americano alega que:

a) o governo brasileiro dá vantagens para quem usa o PIX — o que seria uma forma de concorrência desleal;

b) esse sistema prejudica empresas americanas de meios de pagamento;

c) o Brasil impôs restrições excessivas para a transferência de dados de brasileiros para os Estados Unidos, que podem prejudicar a oferta de serviços das empresas — aqui, incluem-se as big techs.

Os pontos levantados pelo governo americano lembraram um caso de 2020.

Na época, a Meta, dona do Facebook, chegou a ter o Facebook Pay suspenso pelo Cade e pelo Banco Central sob a justificativa de “preservar o ambiente de competição”. Hoje o sistema está liberado, mas “não pegou”. 

O PIX mudou a forma com que os brasileiros pagam suas contas. A questão é que ele é uma forma de pagamento e transferência de valores com custo muito mais baixo do que os cartões tradicionais. 

Num pequeno comércio, por exemplo, o microempresário se livra das taxas de uso que pagaria ao aceitar o pagamento via cartão de crédito. 

Hoje, o número de transações com PIX é muito maior do que as feitas com cartão, como mostram os gráficos do Banco Central.

Dados sobre quantidade de transações

Esse cenário forçou empresas tradicionais a se mexerem. 

A Visa, criada nos Estados Unidos e maior empresa de cartões de crédito do mundo, já anunciou novidades especificamente para o Brasil.

Agora, uma startup da companhia vai oferecer um serviço de pagamentos sem a necessidade de cartão, e que vai se conectar justamente ao sistema do PIX. 

Mas, de onde surgiu o PIX? Aqui cabe um aparte rápido para explicar de onde surgiu esse meio de pagamentos que virou paixão nacional. 

O PIX foi desenvolvido pelo Banco Central. Os primeiros estudos surgiram em 2016 e a implantação aconteceu em 2020. 

Ele só existe no Brasil, mas há outros países no mundo com experiências semelhantes. No Reino Unido, o Faster Payments já existe nesse modelo há mais de dez anos.

E os próprios Estados Unidos — que tem um sistema criado pelo Fed, ainda com pouca adesão — já abriu investigações contra sistemas de outros países como China e Índia. 

O resultado desse imbróglio ainda é indefinido. 

Mas a investigação de Trump pode acirrar medidas contra o Brasil. 

Pela lei americana, o país pode adotar medidas para tentar corrigir práticas comerciais desleais, como a aplicação de tarifas ou sanções contra o país alvo da investigação. 

🏗️ INDÚSTRIA: China impõe restrições à exportação de tecnologias para veículos elétricos | Medida visa consolidar domínio chinês no setor de baterias para carros elétricos, em meio a tensões comerciais globais e corrida tecnológica. (CNN Money)

🌾 AGRONEGÓCIO: Deputados aprovam Fundo Social para financiar quitação de dívidas rurais | A linha de crédito tem teto global de R$ 30 bilhões, com limites individuais de R$ 10 milhões por produtor e R$ 50 milhões por cooperativa ou condomínio. (Agro Estadão)

🍽️ SERVIÇOS: Uber investe US$ 300 milhões para criar frota de robotáxis e terá carros autônomos em 2026 | Empresa planeja lançar táxis autônomos nos EUA já em 2026 e comprará 20 mil veículos elétricos do modelo Lucid Gravity. (G1 Economia)

🛍️ VAREJO: Petrobras analisa volta ao varejo de combustíveis | Estatal retornaria ao mercado varejista para resolver disparidade entre preços definidos pela direção e o cobrado nos postos de gasolina (Poder 360)

  • Por que o suco de laranja é tão importante para a economia do Brasil — e como Trump ameaça esse setor (BBC)

  • Entenda como fica o IOF após Moraes manter decreto do governo (Valor Investe)

  • IOF de 5% muda o jogo no VGBL e deve forçar a alta renda a buscar alternativas (Infomoney)

  • Tarifaço afeta quase 10 mil empresas brasileiras, que empregam 3,2 milhões, diz Câmara de Comércio (G1)

  • Presidente do Fed de Nova York diz que impacto econômico das tarifas está apenas começando (Money Times)

  • Bolha de IA pode ser maior do que a de empresas de internet na década de 1990 (NeoFeed)

  • Investidores da Meta e Zuckerberg chegam a acordo para encerrar julgamento de US$ 8 bilhões por violações de privacidade do Facebook (Reuters)

  • Moody's eleva classificação da Argentina após o acordo com o FMI e a suspensão dos controles cambiais. (Clarín)

  • Dólar poderia chegar a R$ 4,30, mas Brasil precisa colaborar — Trump está fazendo quase todo o trabalho até agora, aponta UBS (Seu Dinheiro)

Segunda, 21/07: Boletim Focus (Brasil); Atividade econômica (Argentina).

Terça, 22/07: Discurso do presidente do Fed; Estoques de petróleo bruto;  (EUA).

Quarta, 23/07: Venda de casas usadas; Produção de gasolina (EUA); Confiança do consumidor (Zona do Euro); Vendas no varejo (Argentina); Fluxo cambial estrangeiro (Brasil).

Quinta, 24/07: PMI Industrial e Composto; Decisão sobre a taxa de juros (Zona do Euro); Reunião do Conselho Monetário Nacional (Brasil); Pedidos iniciais por seguro-desemprego (EUA). 

Sexta, 25/07: Confiança do consumidor FGV; IPCA-15 (Brasil)

Sábado, 26/07: Lucro Industrial Acumulado no Ano (China)

#01 - One Big Beautiful Bill

#02 - A empresa criada por um garoto com poliomielite que fatura mais que a Coca Cola

BYD tem mais um concorrente a caminho — e ele também é chinês

Eis o Geely EX5, um SUV da montadora chinesa Geely, que volta ao Brasil depois de uma década sem vender por aqui.

É um veículo elétrico que, a princípio, será importado. Mas pode ser produzido localmente com o apoio da Renault.

O preço deve começar em R$195 mil. O Autoesporte fez uma análise do modelo. 

DOLLAR BILL // THAT'S ALL, FOLKS

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