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16/09/2024 | edição #0013
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FECHAMENTO DE SEXTA-FEIRA | VARIAÇÃO SEMANAL
Argentina com Milei: de fundo do poço a TOP-1 ETF em NY
O ETF que acompanha recibos de ações de empresas argentinas negociadas em Nova York é o melhor do mundo em desempenho até aqui em 2024.
O produto mantém a liderança alcançada no final do ano passado, no pós-vitória do Milei nas eleições. Para efeito de comparação, o produto que segue recibos de companhias brasileiras tem o segundo pior resultado no mesmo período.
🇦🇷 Cotistas do ETF Global X MSCI Argentina (ARGT), composto por recibos de 24 companhias argentinas negociados em Wall Street, colheram retornos de quase 27% entre janeiro e 11 de setembro deste ano.
🇧🇷 Enquanto isso, investidores do iShares Inc iShares MSCI Brazil ETF (EWZ), ligado a 58 companhias da B3, tiveram perdas de 16,40% na mesma janela.
Segundo Thiago Kurth Guedes, diretor de desenvolvimento de negócios da Bridgewise, o principal motivo para a ótima performance do fundo argentino foi a introdução da política de austeridade Javier Milei, que fez o país registrar neste ano o primeiro superávit financeiro semestral desde 2008.
“O governo arrecadou mais do que gastou e a Argentina saiu de um expectativa muito ruim para uma muito boa, com números melhores de política fiscal, econômica e cambial que fizeram com que a expectativa das ações do país melhorasse”, disse o especialista.
Lembre-se: Antes de Milei, a Argentina tinha um cenário econômico alarmante. A inflação acima de 300% ao ano, o pagamento da dívida com o FMI atrasado, dólar nas alturas e um índice de empobrecimento crescente que afetava boa parte da população de cerca de 46 milhões de habitantes.
O impacto das medidas de Milei
Com seu famoso bordão 'No hay plata’, Milei teve como foco iniciar todo o processo econômico pelo fiscal: desvalorização do câmbio, paralisação de obras públicas, demissão de funcionários públicos e o corte de subsídios em tarifas de serviços essenciais.
Em um primeiro momento, o cenário piorou — como Milei mesmo já havia adiantado. O PIB levou um tombo de 5,1% no primeiro trimestre. Mas o mercado entendeu o recado e viu aquilo com bons olhos.
Para se ter uma ideia, o déficit público foi reduzido em 6% do PIB, uma marca histórica para o país. Parte desse ajuste envolveu a renegociação da dívida pública, que caiu de US$ 71 bilhões para US$ 49 bilhões, com a utilização de juros negativos.
Veja como a tendência do resultado consolidado do saldo fiscal da Argentina reverteu a tendência negativa que vinha tendo até dezembro/23:
Além disso, aos poucos a inflação passou a ser controlada. O índice de preços ao consumidor do país, que chegou a incríveis 25,5% ao mês em dezembro de 2023 está na faixa dos 4% ao mês agora.
Na semana passada, o índice de agosto veio levemente acima do esperado, a 4,2%, enquanto os analistas esperavam algo entre 3,9% e 4,0%.
Mas, ainda assim, a inflação anualizada desacelerou, chegando a 236,7%, de acordo com dados do governo.
Fazendo um breakdown do índice, ao lado de serviços públicos e educação, a categoria de transporte liderou os aumentos de preços no mês passado, muito pelo fato das tarifas de ônibus terem subido 40% depois que o presidente interrompeu os generosos subsídios ao setor de ônibus.
Em outras palavras, as medidas de enxugar o Estado do Sr. Javier ainda geram um efeito-rebote no curto-prazo, mas que tende a trazer respostas positivas no médio e no longo.
Tanto que o mercado local continua confiante para a queda da inflação. Economistas preveem que a inflação anual caia a 122,9% no final de 2024 e chegue a 44,7% daqui a 12 meses, de acordo com uma pesquisa mensal conduzida pelo banco central do país.
A confiança voltou
Se, antes, os argentinos guardavam dólares debaixo de colchões, agora, Milei tem estimulado a população a colocar de volta esse dinheiro no sistema bancário — e tem dado certo.
Os depósitos em dólares na Argentina aumentaram 40% para US$ 19,8 bilhões desde que ele assumiu no dia 10/12/23, o nível mais alto desde o final de 2019.
Dos US$ 5,7 bilhões que entraram, US$ 1,4 bilhão veio nos últimos dois meses, depois que o programa de anistia fiscal do governo entrou em vigor, em meados de julho. Para se ter uma ideia, os bancos já abriram 100.000 contas para anistia fiscal.
O programa foi aprovado em julho pelo Congresso e permite que qualquer pessoa declare US$ 100.000 sem pagar qualquer tipo de imposto.
Na prática, essa medida é uma oportunidade para as pessoas poderem passar a usar habitualmente esse dinheiro que, hoje, está parado. O Banco Central Argentino estima que haja US$ 204 bilhões guardados em espécie. Huge.
Isso sem falar que esse medida um pontapé para uma promessa de Milei de dolarizar a economia, para combater a crise da moeda local. O próprio ministro da Economia de Milei, Luis Caputo, é quem diz: “A anistia vai acelerar o processo de livre concorrência, ou coexistência, de moedas”.
Promessa ousada saiu do forno
Vendo esses números e os resultados das medidas, Milei apresentou seu projeto orçamentário para 2025 nesta manhã, apontando o objetivo e o compromisso de eliminar por completo o déficit fiscal até o ano que vem.
O plano do governo prevê um superávit equivalente a 1,3% do PIB antes dos pagamentos de juros, além de uma recuperação econômica projetada de 5% em 2025 — após uma contração estimada de 3,8% neste ano.
A proposta também prevê uma desaceleração significativa da inflação, com estimativa de alta de 18,3% nos preços ao consumidor em 2025, considerando a projeção do governo de 2024 de 104,4% para 2024. Aprofunde se quiser.
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👋 Verde zera posição em ações Brasil e fala em “fundamentos preocupantes” para a Bolsa (InfoMoney)
Segunda, 16/09: Focus, FGV: Monitor do PIB (jul), Fed: Crédito ao consumidor (jul),
Terça, 17/09: FGV: IGP-10, CNI: Sondagem Industrial (set), Vendas no varejo EUA (ago), Produção industrial EUA (ago)
[Super] Quarta, 18/09: Decisão Fed, Decisão Copom, IBGE: Pesquisa Mensal de Serviços (jul), Índice de preços ao consumidor Zona do Euro (ago), PIB Argentina (2º tri)
Quinta, 19/09: FGV: IGP-M (2a prévia), Decisão Juros Reino Unido, Tesouro EUA: Resultado Fiscal Mensal (ago),
Sexta, 20/09: Decisão Juros Japão, Confiança do consumidor Zona do Euro (set) – preliminar
Na semana: Receita Federal: Arrecadação de impostos e contribuições (ago)
🏗️ Indústria: Produção de veículos cresce, venda e exportação caem em agosto no Brasil | Mês teve o maior nível de produção e a melhor média diária de comercialização do ano
🌾 Agronegócio: Oferta de gado no Brasil deve diminuir nos próximos dois anos, prevê consultoria | Projeções da Datagro indicam queda no abate de animais em 2025 e 2026, o que deve pressionar os preços de cortes de carne bovina, como a picanha
🛍️ Varejo: Biden encaminha fim de brecha comercial usada por plataformas como Temu, Shein e AliExpress | Essas empresas têm crescido rapidamente ao utilizar a isenção de minimis — em pacotes de até US$ 800 —, enviando produtos baratos da China para os EUA sem pagar tarifas de importação
🍽️ Serviços: Setor de serviços cresce 1,2% em julho frente a junho e renova recorde | O resultado faz com que o segmento — o que mais emprega na economia — atinja o ponto mais alto da série histórica, superando o marco alcançado em junho
“Correlação não é causalidade.” “Correlação não é causalidade.” “Correlação não é causalidade.” “Correlação não é causalidade.” “Correlação não é causalidade.” “Correlação não é causalidade.” Mas…………. Você já viu essa tese aqui? risos.
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