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- 14/07/2025 | edição #0049
14/07/2025 | edição #0049

Bom dia. Bora para mais uma semana. E que ela seja, pelo menos, 50% melhor que a anterior, rs. Pegou a referência?
Vamos nessa. Começando pelos nossos QUICK TAKES da semana.
Quote: “Se ainda tivéssemos uma democracia funcional, essa jogada contra o Brasil já seria, por si só, motivo de impeachment”, Paul Krugman, Nobel de Economia, sobre o tarifaço de Trump contra o Brasil.
Stat: IPCA: preços sobem 0,24% em junho, e país estoura meta de inflação (G1)
Read: As empresas que podem ser mais afetadas pelo tarifaço, na opinião de analistas do mercado (Valor)

VARIAÇÕES SEMANAIS | COTAÇÕES DE SEXTA-FEIRA, 11/07 (PÓS FECHAMENTO)


SWIFT: A arma secreta que pode levar um sistema bancário ao colapso
Quem já assistiu filmes de guerra feitos em Hollywood certamente já pensou sobre o botão (que pode ou não existir dessa forma) que fica na sala do presidente dos Estados Unidos e que, quando apertado, pode iniciar uma guerra em segundos e destruir nações inteiras.
Mas implodir o planeta — ou pelo menos o sistema financeiro do globo — é mais simples do que detonar uma guerra dessa natureza. E, sim, está ao alcance de uma decisão que pode ser tomada por alguns países e executada na Bélgica.
E já foi, inclusive, usada e validada. Trata-se do SWIFT.
Esse sistema nasceu em 1973 envolvendo 15 governos com a ideia de facilitar a transferência de altos valores entre os países unificando o código de comunicação.
Basicamente, o Swift é um código entre bancos de diferentes nações que faz com que o dinheiro circule globalmente. O código contém de 8 a 11 caracteres e pode ser encontrado em alguns documentos: contrato de abertura da conta, extrato bancário, no app do banco…

Atualmente, mesmo valores pouco vultosos passam pelo sistema — esse, sim, com números bem significativos:
Presença em 220 países;
Conexão com 11.500 instituições financeiras;
Mais de 40.000 rotas de pagamento;
Mais de 53 milhões de mensagens enviadas todos os dias em média;
A cada 3 dias, o equivalente ao PIB do planeta passa pelo Swift.
Hoje, o comando da Swift, espécie de cooperativa que fundou e administra o sistema, está nas mãos dos Estados Unidos. Graeme Munro, presidente do Conselho de Administração, é também o gerente de controles do JP Morgan, em Nova York.

O Conselho tem outros 23 membros de países como Suíça, Luxemburgo, França, China e, claro, Bélgica, onde fica sua sede.
🇧🇪 A Swift, aliás, é constituída sob a lei belga.
Mas que riscos o Swift pode representar para o sistema financeiro internacional?
Em 2012, quando o Irã recebeu sanções da União Europeia e foi retirado do sistema, tivemos a primeira prova:
O país perdeu 50% da receita vinda da sua exportação de petróleo e viu uma queda de 30% no volume total de comércio internacional.
Inclusive, foi essa pressão econômica que forçou o Irã a sentar na mesa de negociação, o que daria início ao acordo nuclear de 2015.
Os países, principalmente os Estados Unidos, perceberam que o Swift poderia alcançar feitos e acordos que nem mesmo pressões militares e bélicas poderiam.
Na prática, a falta de acesso ao sistema forçou uma mudança de postura do Irã sem precisar dar um único tiro ou lançar um único míssil.
O uso do Swift como ferramenta de política externa já era mencionado 11 anos antes, após os ataques de 11 de setembro.
Mais recentemente, em 2022, bancos russos foram desconectados do sistema em meio ao conflito com a Ucrânia. A cotação do Rublo, na época, caiu 30% — e foram só 7 bancos cortados.
Num texto publicado em 2023, Tiago Reis, da Suno Research, explicou o “efeito borboleta” dessa saída russa do sistema.

Esse cenário aponta para um problema no uso político do sistema: ele nunca atinge apenas o alvo.
As alternativas ao sistema Swift
As criptomoedas estão sendo exploradas como alternativas a esse sistema, tendo menos intermediários e também conseguindo fazer transferências de valores internacionalmente — mas ainda com certo receio de segurança.
A China também desenvolveu uma alternativa, o CIPS, com a intenção de internacionalizar sua moeda e reduzir sua dependência. O brasileiro BOCOM BBM, antigo Banco da Bahia, é usuário da ferramenta.
A Rússia está indo pelo mesmo caminho com um sistema próprio.
Nesta semana, durante a cúpula do Brics, — grupo do qual Rússia e China fazem parte — começou a discussão para um sistema alternativo ao Swift para os países do bloco.
Desenvolver alternativas ao Swift parece um movimento crescente entre alguns países que querem fugir da dependência — e do eventual controle — de União Europeia e Estados Unidos.
Mas uma opção segura e globalmente tão aceita ainda parece distante de aparecer.
Essa Big Story foi inspirada nesse carrossel, no Instagram.

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Segunda, 14/07: Boletim Focus e IBC-Br (Brasil); balança comercial e PIB (China).
Terça, 15/07: Relatório mensal da Opep e IPC (EUA); produção industrial (Zona do Euro); IPC (Canadá).
Quarta, 16/07: IPC (Reino Unido); balança comercial (Zona do Euro); IPP e produção industrial (EUA); balança comercial (Japão).
Quinta, 17/07: IGP-10 (Brasil); IPC (Zona do Euro); vendas no varejo e pedidos contínuos de seguro-desemprego (EUA).
Sexta, 18/07: Construção de novas casas (EUA); IPP (Alemanha).

#01 - Como um médico transformou um pequeno laboratório
Em 1926, nascia em SP um pequeno laboratório fundado pelo Dr. Gastão Fleury. Quase 100 anos depois, a empresa se tornou uma referência nacional em medicina diagnóstica.
Mas esse crescimento teve altos e baixos. Vem conferir 🧵
— Vanessa Naissinger (@_naissinger)
9:05 PM • Jul 8, 2025
#02 - Uma análise da economia americana, pelo pai de “Principles”
It is my belief that the U.S. faces an imminent debt crisis. But that doesn’t mean bad outcomes are guaranteed.
If our current circumstances are managed in the best ways, the outcomes will be much better than if they are managed in the worst ways.
In fact, there is a 3%
— Ray Dalio (@RayDalio)
2:29 PM • Jul 10, 2025
#03 - A produção de petróleo na América Latina
🇧🇷🇦🇷🇬🇾🇸🇷🛢️Brasil, Argentina, Guiana e Suriname devem se destacar na América do Sul com aumento significativo da produção de petróleo nos próximos anos, enquanto Venezuela deve continuar trajetória de deterioração da indústria petrolífera, segundo projeções da Rystad; via @WSJ
— Luciano Costa (@AnaliseEnergia)
2:30 PM • Jul 10, 2025
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O drink mais caro do mundo?
No restaurante italiano Doppo La Spiagia - que fica em Nova York, mora provavelmente o drink mais caro já registrado: US$ 8 mil ou R$ 44,8 mil.

O "Rocks on The Rocks", um martini simples com gin, vermute e azeitonas foi criado em parceria com uma joalheria de luxo de Manhattan.
O drink é servido em uma taça gigante, acompanhado de um colar de diamantes de cinco quilates, que pode ser levado para casa.
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