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- 11/11/2024 | edição #0021
11/11/2024 | edição #0021
Quote: “Povo mais pobre não compra dólares, compra comida” — Lula a empresários
Stat of the week: US$ 83.473,21 | Valor do Bitcoin, que rompeu a barreira dos US$ 80k pela primeira vez, no embalo da vitória do Trump
Read: “Inflação mais alta e mais disseminada” (Editorial Estadão)
VARIAÇÕES SEMANAIS | COTAÇÕES PRÉ-MERCADO (SEXTA-FEIRA 22H)
Trump, the MAGA man, está de volta à presidência dos EUA
Como as (boas) pesquisas indicavam, Donald Trump venceu Kamala Harris e está oficialmente de volta ao comando da maior nação do planeta.
Apesar de ter sido decidido na madruga de terça para quarta, só ontem houve a confirmação dos últimos estados.
No final das contas, uma “varrida” total dos republicanos sobre os democratas (312 a 226), com Trump vencendo em todos os swing states e tendo, inclusive, a maioria total dos votos (74,8M a 71,3M). Veja:
Em Mar-a-Lago, no evento de comemoração do resultado, que contou com celebridades como Elon Musk e Dana White, Trump fez um discurso ressaltando que essa será a era de ouro dos United States. Veja o discurso dele aqui.
Já Kamala cancelou os discursos agendados para a noite da apuração, deixando a “Election Night Party” democrata em Washington com clima de velório. Alguns dias depois, ela discursou, parabenizando Trump e exaltando sua campanha.
A vitória teve um gostinho ainda mais doce… 🏛
Além de eleger o POTUS, o Partido Republicano garantiu a maioria no Senate americano e manteve mais assentos que os democratas na House of Representatives — equivalente à nossa Câmara.
Agora, com as duas casas do Congresso a seu favor, Trump provavelmente conseguirá a maioria para conseguir ditar as pautas e decisões do país, como reformas e outras mudanças estruturais do país.
Além disso, as indicações para juízes, presidentes de agências e embaixadores precisam ser aprovadas justamente pelos senadores. Inclusive, é bem provável que Trump indique mais 2 juízes à Suprema Corte e passe a ter a “maioria” nela, considerando que 3 dos 9 que já estão lá foram indicados por Trump em seu primeiro mandato.
Os ventos republicanos
(Imagem: The New York Times)
Na grande maioria dos distritos, ao compararmos com as eleições de 2020, houve um aumento na quantidade de votos no Partido Republicano (setas vermelhas), enquanto foram menos os casos de distritos que democratas melhoraram a performance.
Ok… Agora sim. Como isso impacta o mercado?
Os últimos dias da semana passada já deram alguns indícios do que deve ser a era Trump.
O S&P 500 teve seu melhor dia desde 2021 e o melhor pregão pós-eleições da história, subindo X% na quarta-feira;
O Bitcoin, desde que a vitória de Trump se confirmou, explodiu, rompendo rapidamente a faixa dos US$ 70.000 e, agora, já rompendo a barreira dos US$ 80.000;
O Ibovespa teve uma sequência de quedas, tendo caído 2,17% de quarta a sexta-feira.
O dólar, depois de ter atingido de R$ 5,87 o pico na semana pré-eleições, até respirou na quarta, mas já voltou a subir 1% quinta e sexta.
Mas só foram alguns dias. É claro que, além de outros fatores que causam essas altas e baixas, ainda há muito de expectativa do que Trump deve fazer e qual atitude ele terá nos próximos meses e anos.
Dentre as principais medidas esperadas, a sua agenda MAGA, que inclui principalmente cortar impostos e diminuir regulações, deve melhorar a lucratividade das companhias americanas às custas de déficits públicos maiores — o que deve levar a juros maiores em dólares e tornar ativos americanos mais atrativos para poupadores do mundo todo.
Mas, além disso, o que mais deve afetar a economia global como um todo é a elevação de tarifas de importação. Vamos ao deep dive nela:
O que Trump planeja?
Ao que tudo indica, Donald Trump deve elevar tarifas de importação — principalmente da China —, para proteger a economia americana e estimular a indústria nacional.
O republican quer uma tarifa de 60% sobre todas as importações chinesas e uma tarifa universal de 10% sobre as importações de todos os países, uma prática nunca vista desde a Segunda Guerra.
Não parece tão novidade assim… Seis anos atrás, Trump se autodenominou “a Tariff Man”, usando a frase “MAKE AMERICA RICH AGAIN” e reforçando que será sempre a melhor maneira de maximizar a economia do país. Veja:
....I am a Tariff Man. When people or countries come in to raid the great wealth of our Nation, I want them to pay for the privilege of doing so. It will always be the best way to max out our economic power. We are right now taking in $billions in Tariffs. MAKE AMERICA RICH AGAIN
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump)
3:03 PM • Dec 4, 2018
Vindo para essa campanha, em um comício em junho, ele disse: “Vamos ser tão duros, e se um país não vai se comportar, vamos taxar o inferno daquele país”.
Na prática, economistas esperam que o resultado deve ser um forte estímulo fiscal à atividade, mas também um aumento ainda maior do déficit e da dívida pública americana, além de mais inflação, porque:
As empresas importadores tendem a aumentar os preços de seus produtos para repassar o custo das tarifas;
Algumas dessas empresas tendem a parar de importar à medida que a margem tiver insustentável, diminuindo a oferta dos produtos no mercado interno.
Isso tende a forçar o Fed a adotar uma política monetária mais contracionista, de forma que os juros curtos e longos subirão, o que, junto com uma alta do mercado acionário, atrairá capitais para o país, valorizando o dólar.
Como isso afeta o resto do mundo e o Brasil?
Olhando para o restante do mundo, os países emergentes devem se prejudicar, pois devem sofrer com o dólar e os juros mais altos.
Além disso, as barreiras às importações e os impactos negativos sobre a atividade econômica na China e, em menor escala, na Europa, também dificultarão as exportações, que podem vir a sentir o impacto.
De uma maneira geral, o Brasil deve ser negativamente afetado por esse cenário, ainda que, por ter um déficit nas suas transações comerciais com os EUA — importa mais do que exporta —, não venha a ser tão visado pela política comercial de Trump.
(Imagem: Valor)
De qualquer forma, deve haver mais pressão sobre o câmbio e os juros, o que tornará ainda mais necessário conter os gastos públicos e reduzir o déficit fiscal.
Por outro lado… Sendo a China o principal “alvo” de Trump nessa escalada das tarifas, é bem provável que se abra para o Brasil oportunidades em alguns setores e produtos específicos.
Pense que, com a relação comercial China-EUA piorando, o gigante asiático pode acabar buscando alternativas para importar os produtos que hoje importa da America — o exato movimento que aconteceu no primeiro mandato de Trump, entre 16 e 20. É o que pode acontecer, por exemplo, com a soja brasileira. Aprofunde aqui se quiser.
😅 Lula defendeu que não se deve acreditar no mercado financeiro porque, segundo ele, o setor fala "bobagem todo dia" (Valor)
⭐️ Camilo Santana, atual ministro da Educação, passa a ser opção para sucessão de Lula (Valor)
🛳️ Deficit da balança comercial de SP ficou 50 vezes menor em 10 anos (Poder360)
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🍖 Vinci compra o Outback Brasil por R$ 2 bilhões (Brazil Journal)
🧳 Airbnb e Booking mostram que demanda segue aquecida no pós-pandemia (Bloomberg Línea)
Segunda, 11/11: Publicação do Relatório Focus com expectativas do mercado para inflação, juros e PIB; divulgação balanço do 3T de ITAUSA, Localiza outras;
Terça, 12/11: Banco Central divulga ata da última reunião do Copom; IBGE divulga Pesquisa Mensal de Comércio
Quarta, 13/11: IBGE divulga Pesquisa Mensal de Serviços; Nos EUA, divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI), que refletirá a inflação ao consumidor, e Tesouro publica o resultado fiscal mensal; Divulgação Produção Industrial na Zona do Euro; Biden vai receber Trump na Casa Branca.
Quinta, 14/11: Apresentação do Índice IBC-Br — indicador prévio do PIB. Nos EUA, Índice de Preços ao Produtor (PPI) de outubro; Powell dará coletiva. Na Zona do Euro e no Japão, tem divulgação dos PIBs do 3T. Na China, vêm os dados de atividade econômica do país.
Sexta, 15/11: Day off na bolsa nacional, pelo feriado; Nos EUA, os números das vendas no varejo e da produção industrial de outubro serão publicados. Divulgação do PIB do Reino Unido no 3T.
Serão mais de 100 balanços de terceiro trimestre de companhias brasileiras nesta semana. Clique para ver a lista das empresas.
🌾 Agronegócio: Petróleo pode superar soja como principal exportação do Brasil em 2024 | Commodity pode alcançar US$ 45,5 bilhões em vendas externas, segundo Associação de Comércio Exterior do Brasil (Aprofunde)
🛍️ Varejo: Setor de varejo retrai 4,5% em outubro, segundo IGet | O indicador foi puxado principalmente por alojamento e alimentação, que recuou 4,2%. Um ponto positivo foi o crescimento de 1,9% em outros serviços, como atividades culturais e de lazer, interrompendo uma sequência de resultados negativos. (Aprofunde)
🏗️ Indústria: Vendas de veículos cresce 21,67% em outubro YoY, é a melhor em 10 anos e fica acima da Alemanha | Crédito favorável e mais dias úteis impulsionam comercialização de 264,9 mil unidades no mês (Aprofunde)
🍽️ Serviços: Proporção de servidores públicos com estabilidade garantida chega a 65%; Suécia é de 1% | Além de ser um dos países que mais gasta com servidores públicos em relação ao PIB, o Brasil é também o que mais concede plena estabilidade a funcionários do Estado (Aprofunde)
Pelo visto, mais provável que a seca de títulos do Botafogo acabe antes de um anúncio de corte de gastos desse governo. A espera continua… E continua… E continua…
O governo central — Tesouro Central, Previdência Social e Banco Central — apresentou deficit primário de R$ 105,2 bilhões nas contas públicas no acumulado de janeiro a setembro de 2024.
Houve uma piora em relação ao mesmo período de 2023, quando o saldo negativo foi de R$ 94,3 bilhões em valores nominais (+11,5%). Aprofunde.
USA, New York, New York City. Donald Trump ao telefone em seu carro após anunciar planos para o desenvolvimento do West Side, no centro de Manhattan, em 18 de novembro de 1985.
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