Bom dia. Warren Buffet dizia “Não poupe o que sobra depois de gastar, mas gaste o que sobra depois de poupar”. Vale para dinheiro, paciência e energia.

Vamos nessa. Começando pelos nossos QUICK TAKES da semana.

Quote: "O CEO da Intel está em grande conflito [de interesses] e deve renunciar, imediatamente. Não há outra solução para este problema", Donald Trump, sobre o envolvimento do executivo com empresas chinesas. 

Stat: Produção de veículos no Brasil cresce 15% em julho, mostra Anfavea (Veja)

Watch: Como o novo xadrez geopolítico impacta a economia e os investimentos (Neofeed)

Quer pagar quanto?

A Mapa Capital agora é a maior acionista das Casas Bahia. Especializada em reestruturações empresariais, a gestora converteu debêntures em ações ordinárias e passou a ter 85,5% do capital da rede varejista. 

Pode ser o início de uma resolução para a crise enfrentada por uma das maiores empresas do varejo brasileiro - que está agonizando silenciosamente há anos. 

Com a operação, a dívida bruta da Casas Bahia deve cair para R$ 2,9 bilhões e a alavancagem financeira (dívida líquida sobre Ebitda) vai de 1,6x para 0,8x.

A crise da companhia que prometia aos clientes “dedicação total a você” vem escalando, pelo menos, desde 2023, com alguns marcos importantes:

• No 3T2023, o Grupo Casas Bahia reportou um prejuízo de R$ 836 milhões de reais, o triplo do ano anterior; 

• Ainda em 2023, a companhia anunciou o fechamento de 100 lojas e a demissão de 6 mil funcionários;

• Em 2024, o report foi de R$ 1 bi de prejuízo no 4T2023, apertando os números da crise;

Nessa época, muitos analistas e especialistas de mercado davam como certo o fim da empresa:

No mesmo período, um relatório do Goldman Sachs foi categórico sobre a companhia:

Respiro. Em abril de 2024, a companhia entrou com pedido de recuperação extrajudicial num acordo com os principais credores, BB e Bradesco — a dívida chegava a R$4 bilhões.

É daí que vêm as debêntures que viraram ações na mão da Mapa Capital. A gestora negociou a compra com os bancos diretamente. 

A nova controladora, aliás, quer promover alterações na estrutura administrativa da companhia: aumentar o número de membros do Conselho de Administração para sete, indicar três desses sete membros e a solicitação de nomeações para os comitês da empresa.

Família “menor”.  A nova configuração administrativa do grupo reduz substancialmente a participação da família Klein, fundadora das Casas Bahia. Agora, os 4 herdeiros devem ficar com cerca de 5% de participação - frente aos 22% de antes.

Aliás, a família Klein é um episódio à parte nessa história. A herança de Saul, fundador da Bahia, morto em 2014, ainda não foi distribuída aos herdeiros graças a um processo que causou uma cisão entre eles e que se arrasta desde a morte do patrono. 

Recentemente, inclusive, Saul Klein, um dos herdeiros, entrou com um pedido na justiça para ter sua herança “antecipada”. Ele está internado em tratamento contra uma úlcera hemorrágica e alegou necessidade de recursos para o tratamento. 

Troca-troca. Essa não é a primeira vez que a varejista muda de mãos. 

Em 2009, a família Klein vendeu o controle da varejista para o Grupo Pão de Açúcar (GPA). Em meados de 2010, criou-se a Via Varejo - que teria 51% de controle de Abílio Diniz e 49% de Michael Klein. 

Embora tenham criado o maior grupo varejista do Brasil até o momento, os dois não conseguiram se entender e a parceria foi desfeita.

Varejo e a crise dos gigantes. Desde a pandemia, os grandes nomes do varejo nacional têm enfrentado uma crise: as Americanas e o grupo espanhol Dia fecharam mais de 500 lojas. 

O mesmo movimento aconteceu com Carrefour - que fechou capital e pediu empréstimo à matriz francesa para refinanciar dívidas. 

A Magazine Luiza, uma das concorrentes mais fortes das Casas Bahia e que já foi uma das queridinhas da Bolsa, perdeu 96% de valorização de suas ações entre o pico, em 2020 e 2024. No balanço do 2T25, a rede apresentou queda de 95,3% no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado. 

Ainda é cedo. Mas a expectativa do mercado - e de quem comanda agora as Casas Bahia - é de que a nova gestão inaugure também um novo momento. Que vai enfrentar os desafios internos, mas também os externos, de um setor em transformação. 

—

🏗️ INDÚSTRIA: CSN faz nova venda de Usiminas e se enquadra em ordem do Cade | Empresa de Benjamin Steinbruch ficou com posição abaixo de 5%, cumprindo determinação do regulador (Pipeline)

🌾 AGRONEGÓCIO: Mantiqueira negocia aquisição de granja de aves poedeiras nos EUA | Movimento é parte da estratégia de internacionalização da empresa, que no início deste ano teve 50% de seu controle adquirido pela gigante de carnes JBS (Globo Rural)

🍽️ SERVIÇOS: iFood vai investir mais de R$ 17 bi no Brasil até 2026 e tem ‘cheque em branco’ para aquisições | Montante supera os aportes realizados pela empresa nos dois anos anteriores, que totalizaram R$ 10,3 bilhões e R$ 13,6 bilhões, respectivamente (Valor)

🛍️ VAREJO: Pague Menos tem ‘same store sales’ de 18,1%, cinco vezes a inflação | Este é o sexto trimestre consecutivo de aceleração do SSS.  A receita bruta veio ligeiramente acima: R$ 3,975 bi versus R$ 3,941 bi.  (Brazil Journal)

—

Trump ameaça tarifas de 100% sobre chips de computador para empresas que não fabricam nos EUA (The Washington Post)

Brasil aciona OMC contra tarifaço nos Estados Unidos (Agência Brasil)

Suzano reduz produção de celulose em 3,5% diante de incertezas sobre tarifas (Bloomberg Línea)

Exportações da China superam expectativas antes de prazo para tarifas (CNN Brasil)

Christopher Waller surge como favorito para presidir o Fed entre a equipe de Trump (Bloomberg)

De casa arrumada, Guararapes vê lucro crescer 151% (Neofeed)

Visma compra a Conta Azul por quase R$ 2 bilhões (Brazil Journal)

Número de gestoras de crédito privado cresce 173% em seis anos, aponta Ambima (Valor)

RD Saúde salta 18% após balanço – RADL3 voltou a ser o que era após 1T frustrante? (Infomoney)

Lucro da Smart Fit (SMFT3) cresce 32% no 2T25 para R$ 189 milhões (Money Times)

—

Segunda, 11/08: Boletim Focus (Brasil); IPC (Itália). Direcional (DIRR3), Sabesp (SBSP3) e Itausa (ITSA4) divulgam resultados do 2T25;

Terça, 12/08: IPCA (Brasil); IPC (EUA). BTG Pactual (BPAC11), MRV (MRVE3), Mills (MILS3) e Raízen (RAIZ4) divulgam resultados do 2T25;

Quarta, 13/08: Vendas no varejo (Brasil); Estoques de petróleo bruto (EUA); IPC (Alemanha). Ampibar (AMBP3), Banco do Brasil (BBAS3), Cosan (CSAN3), Equatorial (EQTL3) e JBS (JBSS3) divulgam resultados do 2T25; 

Quinta, 14/08: Crescimento do setor de serviços (Brasil); Pedidos de seguro-desemprego (EUA); PIB (Reino Unido e Japão); Produção industrial, vendas no varejo e taxa de desemprego (China). Azul (AZUL4), Oi (OIBR3), Cemig (CMIG4) e Vulcabras (VULC3) divulgam resultados do 2T25;

Sexta, 15/08: Produção industrial (Japão); Índice de preços de importação e exportação, vendas no varejo e produção industrial (EUA). Gol (GOLL4) divulga resultados do 2T25. 

#01 - NVIDIA, a empresa de US$ 4 trilhões

#02 - Banco Master, um pouco de história, um pouco de reflexão

#03 - Automóveis, lições e Howard Marks

—

Cinco semanas e US$ 546 milhões

Em cartaz desde o final de junho, o filme F1 é a maior bilheteria da carreira do ator Brad Pitt. Só no primeiro fim de semana foram US$ 144 milhões em ingressos no mundo todo. Para viver o piloto Sony Hayes, Pitt andou por aí com Lewis Hamilton.

—

Gostou da leitura? Envie pelo WhatsApp para seus amigos do mercado financeiro clicando aqui. Eles também vão gostar.