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- 08/09/2025 | edição #0057
08/09/2025 | edição #0057

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Stat: PIB desacelera, mas ainda cresce 0,4% no 2º trimestre, diz IBGE
Watch: Quem vai salvar o Brasil? Governador do RS dá entrevista ao Market Makers

VARIAÇÕES SEMANAIS | COTAÇÕES DE SEXTA-FEIRA, 05/09 (PÓS FECHAMENTO)



Não vai ter compra
Estava tudo certo. A transação previa que o BRB compraria 58% do capital do Master, sem assumir o controle do banco, que seguiria nas mãos dos antigos donos, leia-se, Daniel Vorcaro, atual CEO.
Um negócio de aproximadamente R$2 bilhões.
Faltou combinar com o Banco Central. Que barrou a compra e interrompeu o contrato.
Para alívio de muita gente no mercado, que nunca viu o Master ou essa operação com bons olhos.

Também houve pressão na bolsa. As ações do Master despencaram 10% em um dia.
Embora ainda não tenha dado uma resposta completa e técnica, bastidores revelados por jornalistas em diversos veículos dão conta de que o BC achou a aquisição arriscada e considerou que a situação não resolvia o problema do Master e ainda poderia levar o BRB para o mesmo buraco.
A operação chegou a ser aprovada pelo Cade e pela Câmara do DF, mas vinha passando por uma série de alterações, com o escopo sendo reduzido a pedido do BC.
Em agosto, o BRB informou que o tamanho do negócio foi reduzido para R$24 bilhões, após a exclusão de aproximadamente R$51,2 bilhões em ativos e passivos.
Aliás, a posição do BC gerou reações na política - com os líderes de diversos partidos do Centrão ensaiando uma forma de o legislativo interferir no Banco Central.

Hoje, pela lei da autonomia, só o presidente da República pode exonerar o presidente e os diretores do BC, mesmo assim com justificativas bastante restritas.
Embora ainda em andamento, o projeto gerou reações imediatas de rejeição.
"Seria um passo atrás numa grande conquista da sociedade brasileira”, disse o ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
‘E agora, quem poderá nos defender?’ A questão é que Banco Master virou uma batata quente. Apesar de números que impressionam - cresceu 10x o seu patrimônio e 5x sua carteira de crédito desde 2021 - a natureza do crescimento gera desconfiança.
Boa parte das captações do Master vieram de CDBs arriscados de até 130% ou mesmo 140% do CDI, muito acima dos menos de 100% pagos pelos grandes bancos de varejo.
E mais: o banco de Daniel Vorcaro instituiu uma agressiva estratégia de comissões de 4% para agentes financeiros que vendem seus CDBs - grandes bancos pagam 0,5%.
Camicazes? A estratégia fez o banco crescer, mas também o deixou altamente alavancado. O Banco Master tem cerca de R$87 bilhões em ativos, mas os passivos somam R$83 bilhões. A conta é simples.
Acontece que uma eventual insolvência do Master não recairia apenas sobre ele e seus clientes.
A garantia usada pelo banco para chamar clientes para os CDBs era o FGC, o Fundo Garantidor de Crédito - que é como se fosse um cofre abastecido por todo o mercado para cobrir pagamentos em caso de algum banco quebrar.
Pela regra, cada cliente pode receber até R$250 mil do FGC numa eventualidade dessas.
Só que o total de CDBs emitidos pelo Master chegou a R$40 bilhões em 2024. Na mesma época, o patrimônio do FGC era de R$140 bilhões. Ou seja, se o Master quebrar, leva com ele cerca de ⅓ do FGC.

Mas porque o BRB quer o Master, então? O presidente do BRB defende a operação e já ressaltou publicamente as vantagens dela para o banco:
BRB sai de 9 para 15 milhões de clientes;
passa a ter mais de R$100 bilhões em captações e cerca de R$72 bilhões em carteira de crédito;
Se torna a nona maior carteira de crédito do país;
BRB passaria a ser um banco S2, segunda melhor classificação em importância.
Com a rejeição da operação, Master e BRB dizem que vão aguardar o detalhamento da decisão. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, politizou a situação e culpou a oposição.
Agora, a crise do Master tem poucas soluções viáveis. Recorrer da decisão é uma delas. Bem como o BRB fazer outra proposta ou até mesmo o Master fatiar ainda mais os ativos para diluir os riscos. O que o banco não vai conseguir é voltar atrás nas ousadias que lhe renderam crescimento, mas também a ojeriza de parte do mercado.
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Segunda, 08/09: IGP-DI e Boletim Focus (Brasil); balança comercial (China).
Terça, 09/09: IPC e IPP (China);
Quarta, 10/09: IPCA (Brasil); IPP, balanço orçamentário federal (EUA);
Quinta, 11/09: Vendas no varejo (Brasil); pedidos de seguro-desemprego e IPC (EUA);
Sexta, 12/09: PIB (Reino Unido); IPC (Alemanha); Setor de serviços (Brasil); novos empréstimos (China).

#01 - Por trás dos gráficos
🚨 A PRÓXIMA CRISE PODE NÃO PARECER UMA CRISE 🚨
O mercado está prestes a viver um dos momentos mais controversos dos últimos tempos.
O Fed vai cortar juros. Mas os juros longos estão subindo.
Ouro disparando, bitcoin travado, curva desancorada, fuga de risco.
Tem algo grande
— Henrique Esteter (@Economesteter)
5:23 PM • Sep 2, 2025
#02 - Enquanto isso, na China
A INTERVENÇÃO DO GOVERNO CHINÊS QUE FEZ AÇÕES DESPENCAREM ATÉ 45%.
Veja como Pequim destruiu um setor antes bilionário em questão de dias. 1/9
— Market Makers (@mmakersoficial)
3:56 PM • Sep 1, 2025
#03 - O que acontece com a Raízen?
Depois de vender R$ 4 bilhões em ativos, a Raízen agora deixa a sociedade que controla as lojas de conveniência da Oxxo!
O que está acontecendo?
(Segue 🧵...)
— Tiago Guitián Reis (@Tiagogreis)
2:18 PM • Sep 4, 2025
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A morte de um ícone

Morreu Giorgio Armani. Na última quinta-feira, 4, aos 91 anos. Criador de uma das marcas mais relevantes do luxo mundial, Armani estava doente há alguns meses e, neste ano, pela primeira vez na carreira, não havia participado da Semana de Moda de Milão. Armani também era um homem de negócios: segundo a revista Forbes, ele deixa uma fortuna de US$12 bilhões e uma empresa que fatura US$2,7 bilhões por ano.
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