07/07/2025 | edição #0048

Bom dia. Começamos a semana com a sabedoria de Benjamin Graham: “Você não tem como evitar riscos, mas pode gerenciá-los”.

Vamos nessa. Começando pelos nossos QUICK TAKES da semana.

Quote: “A barreira que levantamos para nos proteger comercialmente em um momento que considerávamos valioso terminou por nos excluir do comércio e da competição globais”, Javier Milei, presidente da Argentina, sobre o Mercosul.

Stat: EUA criam 147 mil empregos em junho e superam expectativas do mercado (Valor)

VARIAÇÕES SEMANAIS | COTAÇÕES DE SEXTA-FEIRA, 04/07 (PÓS FECHAMENTO)

140 mil pontos. Temos um bull market?

É inédito, mas não é surpresa. Ver a Bolsa brasileira bater 140 mil pontos pela primeira vez é algo que os analistas já vinham antecipando. 

O que talvez ainda surpreenda são as explicações para o recorde. Algo que, no geral, acontece em países cujo cenário doméstico é mais estável que o nosso. 

Matheus Spiss, analista de ações, definiu assim o momento do Ibovespa:

“A euforia tem mais a ver com o que acontece lá fora do que com méritos domésticos. Por aqui, o cenário estrutural permanece frágil — o ambiente político continua dificultando a vida do investidor local”

O ambiente político a que Matheus se refere é, entre outros, o da guerra do IOF. Depois que a proposta que ampliava o imposto foi derrubada no Congresso, o Planalto decidiu ir ao STF para fazer valer a sua vontade. E os parlamentares devolveram: também decidiram ir ao Supremo.

O que, então, puxa a bolsa para cima? 

O fluxo de investimentos estrangeiros pode ser uma das explicações.

Com as incertezas da economia americana pós-tarifaço e a desvalorização do dólar — que, aliás, chegou a R$5,655 no mesmo dia em que a Bolsa bateu os 140 mil pontos — os investidores estrangeiros começaram a buscar novas opções. 

Historicamente, como mostra o gráfico abaixo, o dólar desvalorizado tende a beneficiar mercados emergentes, como o Brasil.

Um estudo recente assinado por Samer F. Shousha e Bruno Cavani trata justamente do impacto do dólar nas economias emergentes. 

Após analisarem 16 países, eles chegam à conclusão de que, num mundo de dólar mais fraco, as condições que puniam os emergentes se invertem. 

Os bancos parecem concordar com a visão do estudo.

Luciano Telo, CIO do UBS Global Wealth Management no Brasil, disse ao E-Investidor:

“O momento do dólar mais fraco provoca um reposicionamento dos ativos globais, com o capital migrando para outras regiões, já que muitos investidores estão excessivamente expostos a ações nos Estados Unidos”

Então está liberado falar em bull market?

As perspectivas, de fato, são positivas. O Itaú BBA e o Santander projetam que o ano deve terminar com a bolsa em torno de 160 mil pontos

Mas há condicionantes… Para a maioria dos analistas e instituições, a renovação de recordes do Ibovespa e a consolidação de um bull market depende de alguns fatores-chave:

  • 📉 A queda na taxa Selic: O JP Morgan prevê os juros básicos a 10,5% só no fim de 2026;

  • 🌏️ O cenário externo: Novos conflitos como o do Irã, ou mudanças na instável política econômica americana do momento, podem aumentar ou reduzir o fluxo de investimento estrangeiro no Brasil;

  • 🗳️ O fator eleição: Especialistas acreditam que ainda é cedo para precificar em cima da perspectiva de troca de governo, portanto, esse é um fator que traz alta volatilidade;

  • 🇧🇷 Cenário interno: Embora a Bolsa tenha passado relativamente bem à guerra entre os três poderes, o aumento dessa temperatura pode trazer incertezas que atingem o investidor.

Um dos períodos mais empolgantes de Bull Market no Brasil foi entre 2002 e 2008. Ali, pré-crise de 2008, o Ibovespa saiu de 8,6 mil pontos e alcançou 72,6 mil. 

Era o tempo do boom das commodities, a expansão do mercado consumidor interno e um crescimento na economia doméstica. 

Na melhor das hipóteses, já estamos vivendo um ciclo de alta hoje. A questão que fica, então, é: como o investidor pode aproveitar esse ciclo de alta — ainda que não possa oficialmente dizer bull market? 

A possibilidade de um novo bull market e as visões de gestores renomados da Faria Lima sobre como aproveitar esse período são o tema da primeira edição de The Report, a revista digital lançada pelo Market Makers nesta semana. Você descobre como acessar esse conteúdo clicando aqui. 

🏗️ INDÚSTRIA: Megaprojeto da Petrobras prevê aporte de R$ 26 bilhões em refino com participação da Braskem. | Mas esse é um bom investimento para a estatal? Considerando todos os recursos, o investimento no Rio de Janeiro ultrapassa os R$ 33 bilhões. (Seu Dinheiro)

🌾 AGRONEGÓCIO: A faca de dois gumes e o ‘imponderável risco’ para o mercado do boi | Apesar de ver como positivo o status do Brasil de área livre de febre aftosa sem vacinação, o Itaú BBA alerta para os riscos sanitários. (Money Times)

🍽️ SERVIÇOS: Setor de serviços no Brasil contrai no 3º mês seguido em junho, mostra PMI | Indicador compilado pela S&P Global caiu a 49,3 em junho, de 49,6 em maio, ficando abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração por três meses seguidos. (CNN Brasil)

🛍️ VAREJO: Casas Bahia derrete 60% em cenário sem Michael Klein | O filho do fundador, Samuel Klein, abortou uma tentativa de retomar o comando do conselho de administração. (Radar Econômico)

  • Ataque hacker ao sistema PIX: o que se sabe sobre o golpe histórico e o suspeito preso em SP (G1 Economia)

  • 'Grande lei' de Trump é aprovada no Congresso: qual o impacto para os EUA? (BBC)

  • Fundos do Banco Master compraram capital relevante do BRB sem divulgar (E-Investidor

  • Como os novos gigantes automotivos da China deixaram GM, VW e Tesla para trás (Reuters)

  • Replicando alguém no pregão hoje? Copytrade cresce e entra no radar da CVM (Pipeline)

  • Após IOF, Alcolumbre irá apresentar proposta para restringir quem pode contestar Legislativo no STF (Estadão)

  • Exclusivo: BRICS lançarão fundo de garantia para impulsionar investimentos em países-membros, dizem fontes (Reuters)

  • Reservas argentinas complicam primeira revisão do acordo com o FMI (Valor)

  • Argentina, Índia e mais 5 países retiram embargos ao frango brasileiro (CNN Money)

  • Trump anuncia acordo comercial preliminar com Vietnã (The New York Times)

O que de mais importante está marcado para esta semana

Segunda, 07/07: Boletim Focus, IGP-DI, reunião do Brics (Brasil); encontro do Eurogrupo (UE). 

Terça, 08/07: Balança comercial (Alemanha e França); vendas no varejo (Brasil); IPC (China). 

Quarta, 09/07: Estoques de petróleo bruto (EUA); feriado (Argentina); IPC (México); confiança do consumidor Ipsos e fluxo cambial estrangeiro (Brasil).

Quinta, 10/07: IPCA (Brasil); pedidos de seguro desemprego (EUA); 

Sexta, 11/07: PIB (Reino Unido); IPC (Alemanha e França); crescimento do setor de serviços (Brasil)

Sábado, 12/07: Balança comercial (China).

Algumas threads legais que vimos e vale você ver também

#01 - Conselhos Financeiros no Youtube

#02 - Os 5 erros da política econômica brasileira

Debut

A Bentley anunciou nesta semana seu novo emblema. É o quinto na história da marca que tem 106 anos. A nova imagem estreia nesta semana, dia 8, quando será lançado o Winged B, novo protótipo da montadora. 

DOLLAR BILL // THAT'S ALL, FOLKS

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