16/06/2025 | edição #0045

Bom dia. Prontos para saber que impostos novos a semana nos reserva? Brincadeira. Ou não, não dá mais para saber.

Vamos nessa. Começando pelos nossos QUICK TAKES da semana.

Quote: “Ou sentamos como adultos numa mesa, ou afundaremos todos juntos”, Josué Gomes, presidente da Fiesp, sobre o ajuste fiscal (CNN Brasil)

Stat: Banco Mundial reduz previsão de crescimento global a 2,3% em 2025 (G1 Economia)

Watch: A verdadeira aula de Roberto Sallouti, CEO do BTG (Market Makers)

VARIAÇÕES SEMANAIS | COTAÇÕES DE SEXTA-FEIRA, 13/06 (PÓS FECHAMENTO)

O que o ataque de Israel ao Irã ainda pode fazer aos mercados

A ofensiva israelense à instalações do programa nuclear do Irã mexeu com os mercados. 

As bolsas despencaram pelo mundo e o preço do petróleo disparou a níveis recordes desde 2022. 

Para começar a entender o impacto é preciso entender dois pontos: o conflito e a geografia.

O conflito se dá por causa do programa nuclear iraniano. Israel escolheu atacar o Irã neste momento porque entendeu que o regime dos aiatolás está mais vulnerável do que nunca. E nos últimos meses, todos os principais aliados dos iranianos na região perderam em confrontos com Israel. A intenção israelense é interromper de vez o programa iraniano.

A geografia é o que faz os mercados se exaltarem. Para além do fato de o Irã ser um dos maiores produtores de petróleo do mundo, ele tem em seu território um ponto estratégico, o Estreito de Ormuz, por onde transitam cerca de um quinto do consumo global de petróleo.

De acordo com autoridades israelenses, a ofensiva de hoje é apenas o início de uma operação e o receio é que, em retaliação, o Irã decida fechar essa hidrovia - o que prejudicaria o acesso de boa parte do mundo ao petróleo. 

“No pior cenário, analistas do JPMorgan afirmaram na quinta-feira que o fechamento do estreito ou uma retaliação por parte dos principais produtores de petróleo da região poderia elevar os preços para a faixa de US$ 120 a US$ 130 por barril — quase o dobro da previsão atual.”

Reportagem do portal G1.

O Brasil, em tese, tem vantagem. Segundo a Bloomberg, em 2025 e 2026, a produção deve crescer 450 mil barris por dia, perto da expansão recorde.

Os juros também podem ser afetados. É o que apostam alguns analistas. Na semana que vem, o Banco Central brasileiro e o Federal Reserve, nos EUA, têm reuniões para definir a taxa básica de juros. Com uma das mais importantes commodities globais no centro do debate, tudo o que era previsível sobre essas decisões está em suspenso. 

No campo dos investimentos, a aposta é que a incerteza sobre o rumo dos ataques levará o investidor à busca de proteção, ativos seguros e muita observação.

Assim como essa guerra não começou hoje. Ela também não termina amanhã - especialmente depois da reação iraniana que começou ainda na sexta-feira.

Aliás, o perfil Curioso Mercado no X fez uma thread que aprofunda a história entre os dois países e o petróleo. Você pode ver completa aqui.  

🏗️ INDÚSTRIA: MRV (MRVE3) vai recomprar até 8% das ações em circulação; papel está perto das mínimas de 17 anos | Segundo a companhia, isso representa 8% do total dos papéis em circulação. O programa irá até 12 de dezembro de 2026. (Money Times)

🌾AGRONEGÓCIO: Minerva vê riscos concorrenciais em fusão entre Marfrig e BRF e questiona operação no Cade | Companhia cita a entrada de sua acionista Salic no capital da Marfrig, caso a fusão seja aprovada. (Globo Rural)

🍽️ SERVIÇOS: Entenda por que a ação da Gol subiu 1.874% na estreia do novo ticker na Bolsa | As ações da Gol (GOLL3; GOLL4) passaram a ser negociadas sob os tickers GOLL53 - ordinárias -  e GOLL54 - preferenciais. (Infomoney)

🛍️VAREJO: Exclusivo - Mapa Capital assume dívida de R$ 1,5 bi da Casas Bahia, oriunda de Bradesco e BB | Casas Bahia está em discussões avançadas com instituições credoras para converter, de forma antecipada, as suas dívidas relativas à segunda série de sua 10ª emissão de debêntures (Valor)

JBS faz estreia na Bolsa de Nova York e consolida dupla listagem (CNN Money)

Trump planeja aumentar cota de biocombustíveis e busca restringir importações (Bloomberg)

Fábricas de carne suína e de aves dos EUA recuperam acesso à exportação para a China (Investing.com)

Copom deve manter Selic a 14,75%, mas não decretará fim do aperto monetário, diz JP Morgan (Money Times)

S&P 500 beira um novo recorde: nada segura a Bolsa americana? (Brazil Journal)

Daycoval e Angá entram em consignado privado com FIDC de R$ 750 milhões (Neofeed)

Tarifas e ruídos não tiram brilho dos EUA entre investimentos no exterior, avalia BTG (Bloomberg Línea)

Inflação na Argentina vai a 1,5% em maio, o menor patamar em cinco anos (Folha)

O que de mais importante está agendado para esta semana

Segunda, 16/06: Relatório Mensal da Opep (EUA); Boletim Focus, IBC-Br e  IGP-10 (Brasil); Decisão sobre taxa de juros (Japão). 

Terça, 17/06: Balança comercial (Japão); Vendas no varejo e Índice de preços de exportação (EUA). 

Quarta, 18/06: Decisão sobre taxa de juros do FED, Estoques de petróleo bruto, Pedidos iniciais de seguro-desemprego (EUA); Decisão sobre taxa de juros (Brasil); Índice de preços ao consumidor (Zona do Euro). 

Quinta, 19/06: Feriado (Brasil e EUA); Decisão sobre taxa de juros (Reino Unido e Suíça).

Sexta, 20/06: Índice de Manufatura do Fed da Filadélfia; Índice Avançado dos Estados Unidos.

A melhor thread que vimos na semana

#01 Warren Buffett e um conto de fadas

uma última coisa que você não pode ficar sem saber

Mais uma indigesta sopa de letrinhas

O governo apresentou uma MP com propostas para substituir a mal-recebida ideia de aumentar as alíquotas do IOF.  Na medida, um pouco mais de corte de gastos aqui e ali e novas invenções para aumentar a arrecadação, entre elas: 

  • Apostas esportivas (“bets”): aumento da alíquota de GGR de 12% para 18%; 

  • LCI, LCA e debêntures incentivadas: perdem isenção e passam a sofrer IR de 5%.;

  • CSLL no sistema financeiro: alíquota reduzida de 9% extinta; substituída por faixa de 15%–20%;

  • Revisão de benefícios fiscais: corte de 10% dos R$ 800 bilhões em isenções infraconstitucionais;

  • Redução de gastos obrigatórios: R$ 4,3 bilhões em 2025 e R$ 10,7 bilhões em 2026. 

A CNN Brasil fez uma boa reportagem explicando ponto a ponto o que muda e quais os próximos passos da MP que ainda deve passar pelo Congresso. Você pode ler aqui.

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DOLLAR BILL // THAT'S ALL, FOLKS

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